Oito romances fundamentais para ficar por dentro dos clássicos da ficção científica

Texto por Isadora Urbano

Oiê! Na lista de hoje, elencamos oito romances (e uma surpresa!) para quem quer começar a se aventurar pelos mares da ficção científica. A lista inclui desde textos muito antigos e canonizados a outros menos conhecidos, mas que têm conquistado seu lugar entre os destaques do gênero! Além desses, muitos outros seriam dignos de entrar numa lista dos melhores ou mais importantes – e é também por isso que não vamos colocar os romances indicados nesse tipo de competição: afinal, tem espaço pra todo mundo, não é mesmo?

Ainda assim, os romances escolhidos foram selecionados a dedo por uma aca-fan que tem buscado conhecer mais desse imenso universo literário! Vamos embarcar nessa com a gente? 😃

1. Frankenstein, de Mary Shelley (1818)

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O clássico de Mary Shelley foi considerado por Brian Aldiss o primeiro romance de ficção científica já escrito. 😮
E nós também achamos que ele merece a honraria! Afinal de contas, o célebre romance de Shelley mistura elementos da literatura gótica e de horror com extrapolações dos avanços científicos no campo da biologia e da medicina.
Brincando de deus, Frankenstein criou um monstro – um que vive no mundo, e um que habita dentro de si. Mas qual dos dois será mesmo o pior? 🧠🦴🧟

2. Viagem ao Centro da Terra, de Júlio Verne (1864)

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Outro autor que merece destaque no campo da ficção científica é Júlio Verne, que escreveu, dentre tantas histórias, Vinte mil léguas submarinas, A volta ao mundo em 80 dias, A ilha misteriosa e Viagem ao centro da Terra, que escolhemos para entrar nessa lista.
Apesar de ser considerado um dos pais do gênero ficção científica, os livros de Júlio Verne costumam aparecer mais ligados às histórias de aventura – como se um um livro de sci-fi não pudesse ser ao mesmo tempo uma aventura!
Em Viagem ao centro da Terra, um cientista e seu sobrinho, acompanhados de um guia islandês, conseguem descer pelo interior da crosta terrestre, e lá encontram todo um mundo desconhecido, que contém desde dinossauros e homens das cavernas aos mais estranhos animais imaginários!
Com certeza, é um dos livros que não poderia passar batido! 💛

3. A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells (1898)

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Outro clássico indispensável na lista dos romances de ficção científica é A guerra dos mundos, de H. G. Wells – outro nome incontornável do gênero!
Inventor de diversos temas que se tornaram convenções na escrita do sci-fi, em A guerra dos mundos, Wells nos apresenta uma invasão marciana narrada em primeira pessoa por uma de suas testemunhas.
Nesse contexto, o poder bélico dos alienígenas é tão superior ao dos seres humanos que pouco resta à nossa pobre espécie senão se resignar ao massacre. Mas nem tudo está perdido! E a narrativa de Wells mostra como acontece de os seres mais subestimados se tornarem os heróis da vez.

🤑 Você pode adquirir gratuitamente o e-book do conto A porta no muro, também de Wells, em sua edição Kindle pela editora Wish.

4. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley (1932)

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No mais conhecido livro de Huxley, entramos em contato com a primeira distopia da lista! – Sim, distopias também são ficção científica!
Nesse mundo, os bebês são criados em laboratório e condicionados – química e psicologicamente – a agir de acordo com suas castas: alfas e betas ganham os melhores cargos e luxos, enquanto deltas e gamas vivem mecanicamente suas vidas de exploração, e todos são viciados em soma, uma droga para aliviar o vazio dessa vida medonha!
Mas tudo começa a dar errado quando Bernard, o protagonista, começa a questionar a superficialidade da sua existência, almejando mais, ainda que permaneça guiado por princípios fúteis.
Ao fazer uma viagem a uma “reserva”, onde vivem os povos que não foram atingidos por essa civilização, Bernard e a moça que está tentando impressionar conhecem John, o selvagem, que volta com eles para o mundo moderno. A partir desse ponto, é só confusão atrás de confusão – e garanto que, pelo desenrolar da história, Huxley não parecia nada otimista quanto ao futuro que imaginou! 🚁

5. Blade Runner: Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de Philip K. Dick (1968)

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Nessa narrativa, acompanhamos um caçador de androides, que trabalha “aposentando” (um eufemismo para matando) um grupo específico de andys, que teria fugido da colônia em Marte para viver livremente na Terra. Alternadamente, assistimos à vida mais monótona, e mais sensível, de Isidore, um “cabeça de galinha”, afetado pela poeira radioativa que atingiu todo o planeta.
O livro aborda diversos temas da maior importância, como a religião e a nossa relação com os animais, mas sem dúvidas o tema que mais chama a atenção é a dificuldade da distinção entre os que são e os que não são humanos, pois nesse mundo os androides fugitivos são praticamente idênticos a nós.
Para distingui-los, o caçador Deckard aplica um teste de empatia e no contexto do livro, é o resultado desse teste o que justifica o assassinato a sangue frio e a absurda desumanização dos androides. Por essas e outras, as questões que Blade Runner levanta continuam mais que atuais – e a leitura, por si mesma, é muito envolvente.

6. A Mão Esquerda da Escuridão, de Ursula K. Le Guin (1969)

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No romance de Le Guin, o embaixador Genly Ai visita o planeta Gethen para convencer seus líderes a se unir à Liga de Todos os Mundos (algo como a ONU, ou parecido). Mas Genly se depara com entraves de um tipo inesperado: o fato de os gethenianos não possuírem as nossas formas de gênero – não sendo nem homens, nem mulheres.
Além de discutir os papeis de gênero, A mão esquerda da escuridão também proporciona reflexões muito válidas sobre a amizade, a lealdade e as dinâmicas da vida política, e isso tudo sem falar na incrível aventura no gelo que se passa por volta da segunda metade do livro!

Vale lembrar que esse romance é considerado um dos pioneiros no subgênero de ficção científica feminista, que também conta com grandes nomes como os de Joanna Russ (The female man) e Angela Carter (A paixão da nova Eva). 💋💪

7. Matadouro Cinco, de Kurt Vonnegut (1969)

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O romance de Vonnegut é instigante por várias razões: além de ser fragmentado e pós-moderno, ele apresenta uma narrativa muito próxima à vida pessoal do escritor, um dos sobreviventes ao bombardeio na cidade alemã de Dresden, durante a Segunda Guerra Mundial.
No livro, o personagem central viaja no tempo – e no espaço – entre seu futuro como um optometrista casado e com filhos, que leva uma vida relativamente tranquila, e os momentos do passado, em que era ainda um jovem soldado tentando sobreviver à dura realidade como prisioneiro de guerra.
Além disso, o personagem também conta de suas viagens ao planeta Tralfamadore, para onde teria sido sequestrado para servir de reality show aos tralfamadorianos.

O livro deixa livre a interpretação quanto à questão das viagens no tempo – se seriam, de fato, viagens reais ou viagens na memória. Independentemente disso, é uma obra que vale a leitura, sendo um dos bons exemplos de como a ficção científica também pode servir a repensar os traumas da nossa história.

8. Kindred: Laços de Sangue, de Octavia E. Butler (1979)

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No romance Kindred – Laços de família você vai acompanhar a história de Dana, uma jovem escritora afro-americana, que de repente viaja para o tempo de seu tataravô, Rufus: um menino branco e filho único de uma família latifundiária do sul dos Estados Unidos. Só que o salto temporal de Dana é um mistério que o livro de Butler não soluciona: não há qualquer sugestão de tecnologias, sofisticadas ou não, que sejam capazes de romper a barreira do tempo – uma das razões porque, vez por outra, aparece a dúvida quanto ao enquadramento do romance na categoria de ficção científica, o que pesa ainda mais por ser uma narrativa muito próxima à história e às questões pós-coloniais.

Agora, um detalhe interessante e que corrobora a ideia de se tratar de uma ficção científica é a posição de Dana em relação à maior parte das personagens da trama. Pelo fato de o período histórico para o qual ela foi transportada ser antes da guerra civil americana, Dana se vê como uma espécie de alienígena: incapaz de se comunicar e agir da forma que conhece e sendo sempre vista com desconfiança, como uma “pessoa fora do lugar”. 👽 E aí, o que você acha?

Bônus: A Verdadeira História da Ficção Científica, de Adam Roberts (2018)

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Se você se interessou pelo gênero e gostaria de ler mais sobre suas questões históricas e teóricas, uma ótima recomendação é o livro A verdadeira história da ficção científica, de Adam Roberts!

Nele, o autor apresenta algumas das muitas definições de sci-fi e o desenvolvimento histórico do gênero, passando pelas suas origens entre os séculos XVI e XIX, as revistas pulp e os sucessos nas telas de cinema.

O livro é dividido em 16 capítulos, sendo que o último é sobre a ficção científica do século XXI. A primeira publicação do livro, em inglês, foi feita em 2005, mas foi em 2018 que chegou para o público brasileiro pela editora Seoman.

O que achou da nossa lista? E o que mais você acha que deveria aparecer por aqui? Conta pra gente! Vamos adorar te ouvir ♥

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